Mais dois países anunciaram a suspensão das importações de carne de frango do Brasil após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária de alta patogenicidade detectado em Montenegro, no Rio Grande do Sul. Dessa vez, foram Chile e México, que se somam ao Uruguai, Argentina, China e União Europeia, que já haviam anunciado a suspensão da importação na última sexta-feira (16).

Segundo comunicado do Serviço Agrícola e Pecuário chileno, estão suspensas a importação de ovos, incluindo codornas, aves ornamentais e recreativas e carne de ave fresca, refrigerada ou congelada, entre outros. Já produtos como carnes processadas cozidas, gordura, farinhas e vísceras de pássaros, que atendam ao requisito de tempo e temperatura poderão ser importados pelo Chile.

No caso do México, estão suspensas as importações de carne de aves, ovos férteis e frangos que tenham até três dias de vida, além de aves ornamentais e de rapina.

Na sexta-feira, a China, maior comprador da carne de frango brasileira, já havia anunciado a suspensão da importação do produto, inicialmente por 60 dias. A Argentina chegou a informar que está tomando as medidas de biossegurança, já que, o foco da gripe aviária ocorreu a cerca de 620 quilômetros da fronteira entre os dois países.

O Ministério da Agricultura brasileiro trabalha para as negociações de acordos de restrições regionalizadas - a 10 quilômetros do raio do foco - e não do país inteiro. Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Filipinas, por exemplo, já aprovaram a regionalização dessa restrição, o que deve evitar um impacto muito generalizado nas exportações, mas essa medida cabe a cada país.

Em nota, o ministério informou que vai seguir o que está previsto nos acordos comerciais vigentes e reforçou que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos. Além disso, os ovos para incubação, fornecidos pela granja com o foco da influenza aviária de alta patogenicidade, em Montenegro, já foram rastreados quanto aos seus destinos. São incubatórios localizados em Minas Gerais, Paraná e no próprio Rio Grande do Sul. O ministério também orientou a adoção das medidas de saneamento definidas no plano de contingência, que prevê a destruição desses ovos de maneira a mitigar qualquer risco. O MAPA reforçou que não há comprovação de que os ovos estejam contaminados com vírus da gripe aviária.